Ela foi a quinta hortaliça mais comercializada na CeasaMinas-Grande BH no ano passado, alcançando 35,1 milhões de quilos ofertados. Versátil na culinária, a moranga-híbrida é boa opção de economia para o consumidor, com queda de preço de 17,3% em agosto frente a igual mês de 2020, no atacado do entreposto de Contagem. Em relação ao mês de julho de 2021, a redução de preço foi similar (de R$ 1,43/kg para R$ 1,19/kg).

Nos primeiros 20 dias deste mês de setembro, o valor da hortaliça tem se mantido estável, com pequena oscilação, ficando em R$ 1,23/kg. Um dos fatores que influenciaram para tornar o produto mais acessível foi o aumento do volume no entreposto. Em agosto deste ano, foram ofertados 3,4 milhões de quilos de moranga-híbrida, valor 25,7% maior que igual mês de 2020, e 4,4% superior ao de julho do atual ano.

Preço x custos
Se a situação é favorável ao consumidor, ao produtor cabe o desafio de lidar com a alta dos custos em meio aos preços baixos da mercadoria. “Hoje a moranga híbrida está saindo aqui no MLP (saco de 20 quilos) entre R$ 20 e R$ 25. Esse valor praticamente empata com meus custos. Está ficando elas por elas, a não ser que o produtor consiga cultivar quantidades bem maiores”, lamenta o produtor rural Edson Alves Guimarães, de Araçaí (MG).

“Fertilizantes e defensivos agrícolas, por exemplo, mais que dobraram no intervalo de um ano. Além disso, a unidade do saco que eu utilizo para embalar o produto passou de R$ 0,50 para R$ 1,10”, reclama o produtor que comercializa no Mercado Livre do Produtor (MLP) de Contagem.

Outro motivo de preocupação para Guimarães são os custos com irrigação, já que utiliza maquinário a diesel e elétrico, dois dos insumos que vem apresentando altas no país. “Acredito que esse cenário talvez possa desestimular novos plantios da moranga, o que pode fazer os preços reagirem no fim do ano”.

Ele afirma ainda que o barateamento da moranga-híbrida foi acentuado pela pandemia da Covid-19. Segundo Guimarães, o fechamento das escolas, que são grandes compradoras do produto, reduziu a demanda no mercado, o que contribuiu para segurar as cotações.

Cultivo facilitado
Já o produtor Alencar de Paula Moreira Filho, de Cordisburgo (MG), acredita que algumas facilidades no plantio da moranga-híbrida nos últimos cinco anos, a exemplo da irrigação por gotejamento, acabaram atraindo mais pessoas para esse tipo de cultivo. Isso ajuda a explicar, de acordo com ele, os baixos preços da hortaliça.

Por outro lado, ele destaca que uma das barreiras à produção é a atual escassez hídrica que atravessa o estado, já que a moranga demanda grandes quantidades de água para se desenvolver. “Essa situação também pode contribuir para reduzir a oferta no mercado, fazendo o preço aumentar a partir do fim de novembro”, prevê.

Minas lidera oferta
De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, 83,5% do volume de moranga-híbrida na CeasaMinas foi proveniente de municípios mineiros no ano passado. Os principais fornecedores foram Santana de Pirapama, responsável por 15,4% do total ofertado, seguida por São João del Rei (10,1%); Cordisburgo (6,3%); Barbacena (5,4%) e Luz (4,8%).

Dicas
Ao comprar morangas, o consumidor deve priorizar as duras de casca grossa. É recomendável guardar a moranga inteira, desembrulhada, em local fresco e seco por até dois meses. Se partida conserva-se em geladeira por uma semana.

Esse alimento pode ser consumido cozido, em sopas ou guizados, assado e em forma de purê. Confira sugestões de receitas no site da CeasaMinas, clicando aqui.

Outros dados sobre comercialização, incluindo o Boletim Diário de Preços, estão disponíveis no site da CeasaMinas, no link Informações de Mercado.

Mais informações:
Departamento de Comunicação CeasaMinas (31) 3399-2011/2012/2035